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Arquitetos: Tsing-Tien Making
- Área: 1800 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Minjie Wang
Descrição enviada pela equipe de projeto. Renovação da antiga residência de Zhang Taiyan por Tsing-Tien Making. Um receptáculo espacial de clássicos chineses e memórias sobre Suzhou. "A renovação não se trata apenas de se misturar com o antigo. Em vez disso, envolve a fusão do antigo e do novo para impregnar esta casa centenária com uma nova linguagem, desde o desenho até a funcionalidade e a experiência que oferece aos visitantes. Esperamos que a história de Zhang Taiyan e sua casa não pare naquele período específico, mas continue, com a nova memória e linguagem, a avançar." Por Tsing-Tien Making. A encantadora cidade de Suzhou encapsula a beleza poética da região sul do Yangtze. Um passeio ao longo da histórica Jinfan Road nos bairros antigos da cidade revela numerosas residências antigas pitorescas e elegantes. Uma vez coração de Suzhou, esta área, adornada com tijolos acinzentados e telhas planas, incorpora o profundo patrimônio cultural e o charme de um lugar imerso nas artes da caligrafia e pintura. Entre esses tesouros está a Zhang, localizada no nº 38 da Jinfan Road, um marco cultural valioso neste bairro. Construída em 1932, esta residência pertencia a um eminente estudioso do nacionalismo chinês chamado Zhang Taiyan. Em seus últimos anos, Zhang abrigou sua coleção, se dedicou à escrita, recebeu convidados e viveu nesta residência. Em 2023, a livraria Gu Wu Xuan assumiu sua operação e encarregou a Tsing-Tien Making de renovar esta mansão centenária, transformando-a em uma livraria e um museu com base na antiga residência do estudioso. No mesmo ano, foi aberta ao público. O local é composto por três casas de estilo misto construídas durante o período republicano (1911-1949), mostrando uma harmoniosa combinação de estilos arquitetônicos chinês e ocidental nas fachadas. A parte externa apresenta paredes de tijolos simples, janelas de madeira no estilo Suzhou, pavilhões no estilo chinês e colunas romanas. O volume sul, com quase 600 metros quadrados, é designado como o museu baseado na residência, enquanto os dois volumes no norte, ocupando aproximadamente 880 metros quadrados, constituem a seção principal da livraria.
#01. Condições do Local - Antes de Tsing-Tien Making assumir o projeto, a aparência geral da residência passou por uma conservação e reforço abrangentes. No entanto, durante a pesquisa, foram identificados vários problemas e restrições: 1. A antiga residência de Zhang Taiyan é um local protegido pelo patrimônio cultural da província de Jiangsu. Com isso, o governo impôs limitações rigorosas em sua renovação. 2. O tamanho original dos cômodos, o layout e a circulação apresentaram desafios evidentes para a conversão da residência particular dos anos 1930 em uma livraria pública, o que poderia afetar o uso futuro. 3. A largura limitada do espaço e a considerável profundidade do interior representaram desafios para a iluminação natural. 4. Os materiais de construção originais e a aparência arquitetônica sofreram danos durante trabalhos de manutenção anteriores. 5. Devido a múltiplos reparos, as paredes e colunas se tornaram não-lineares, resultando em dados imprecisos. 6. O paisagismo parecia muito direto, com a entrada principal expondo todo o pátio de relance, faltando a sutileza característica dos jardins tradicionais de Suzhou.
#02. Ideia de Projeto - O objetivo era integrar a funcionalidade geral do Jardim Zhang e criar um espaço abrangente que combina livros, cultura tradicional e estudo de clássicos chineses, para elevar a experiência dos visitantes por meio de intervenções projetuais. Ao infundir a essência dos clássicos chineses e memórias sobre Suzhou, o projeto busca responder melhor ao valor histórico da antiga residência de Zhang Taiyan e sua importância pública contemporânea dentro de Suzhou e da comunidade circundante onde estava localizada.
#03. Estratégias de Renovação - 1. Ao abordar a circulação e as relações espaciais dentro do local protegido com mais de 90 anos, a equipe de projeto decidiu abrir seletivamente partes dele para uso público. Isso requer o planejamento de padrões de circulação que se alinhem melhor com as funções públicas pretendidas. 2. Em relação às características dos Jardins de Suzhou, conhecidos por sua paisagem em mudança e elevações variadas, o projeto busca criar uma experiência diversificada dentro de um espaço extremamente limitado. A criação de "espaços dobrados" tem como objetivo aprimorar a integração dos elementos "verdes", promovendo o conceito de um jardim vertical, para atender cidadãos de diferentes faixas etárias e incorporar a leitura à vida diária. 3. Considerando as restrições das condições existentes do local, diferentes materiais e cores são estrategicamente empregados para melhorar a experiência geral, ao mesmo tempo em que mantêm a estética coesa de todo o local.
#04. Circulação e Relações Espaciais - Além das áreas acessíveis ao público, a livraria requer espaços designados aos bastidores. O desenho divide o layout original profundo, estreito e desconectado em duas seções distintas. Utilizando as colunas no lado norte como limite, o espaço é verticalmente segmentado em metades norte e sul. O espaço ao sul desse limite serve como uma área pública para os visitantes, enquanto a seção norte é dedicada a atividades de apoio. Além disso, armários de exibição e balcões de serviço são posicionados nas reentrâncias formadas por molduras de portas e colunas para maximizar a utilidade funcional do espaço. Essa abordagem garante uma clara separação entre a circulação dos visitantes e a circulação funcional.
#05. Um Pátio Vertical: A Criação de "Espaços Dobrados" - Antes da renovação, o layout e a paleta de cores de cada quarto eram altamente uniformes, dificultando a distinção entre eles. A única pista eram as janelas voltadas para o sul, que podiam ser usadas para posicionamento com base na relação de altura entre as vistas das janelas e as árvores do lado de fora. Isso levou ao desenvolvimento do conceito de "pátio vertical": todo o jardim não é apenas um pátio em um plano. Os espaços ao sul estão conectados, e uma área de leitura, semelhante ao caractere chinês "回" é posicionada perto da janela. Esse desenho deliberado adiciona complexidade à circulação dos visitantes, encorajando-os a percorrer os pisos e corredores, explorando a paisagem natural horizontal e verticalmente. A madeira é disposta na forma de "linhas", complementada por painéis verdes-jade. O ritmo dos elementos se estende ao teto e às paredes no oeste. A disposição ordenada cria um guia visual. Inspirado em celadon e tubos de rolagem, o cilindro de exibição envolve o espaço em uma forma semicircular. A característica translúcida das folhas de alumínio perfuradas e leves confere um apelo visual caloroso aos vasos de porcelana. Ao maximizar o espaço de exibição, o desenho garante a preservação da vista original da janela. Diversas plataformas de exibição, como estantes de livros, cilindros, caixas de exibição e prateleiras, se juntam para moldar um espaço intricadamente dobrado. Este espaço serve não só a função de livraria, mas também permite ao leitor apreciar artefatos tradicionais criados por mestres ou obter informações sobre as atividades da sala de palestras enquanto procura livros. A tela é montada sobre uma estrutura de madeira, retratando a vida privada no interior e sobrepondo os espaços internos e externos. Nesta cena, a tela serve como um “protótipo”, apresentando “uma imagem dentro da imagem”. Ela divide o espaço e cria uma ilusão visual.
#06. Grades de Janela Verdes: o Cenário Indescritível - "A melhor maneira de abrir uma janela é pegar emprestada uma vista." Através dos vitrais retangulares, é possível vislumbrar a paisagem indescritível do Jardim Zhang. Esta interação entre realidade e ilusão permite aos visitantes sentir o ritmo do jardim em cada recanto, como se estivessem vagando por uma pintura. Passeando pelo Jardim Zhang, os visitantes vislumbram diferentes níveis de vegetação através das grades das janelas – desde os arbustos no primeiro andar, os troncos das árvores no segundo, até os galhos em flor no terceiro andar. A equipe usou três tons distintos de verde: o verde cinza da grama, o verde levemente jade característico das árvores de cânfora e o verde vibrante das frutas penduradas nos galhos. Esses três verdes não correspondem apenas às cenas do jardim local, mas também refletem três aspectos de Zhang Taiyan. O verde acinzentado representa a impressão social sob seu digno título de mestre dos clássicos chineses e revolucionários. O intenso verde da árvore de cânfora ecoa a forte personalidade interna do Sr. Zhang, que às vezes era expressa através de ações não convencionais (como seus anúncios de casamento amplamente divulgados em várias publicações em Xangai e Pequim em 1912, que causaram comoção em todo o país). A fruta verde simboliza o surgimento de novas ideias em sua época. Zhang Taiyan não só escolheu Suzhou como o local para passar os últimos anos da sua vida, mas também a considerou um local ideal para cultivar uma atmosfera acadêmica e inspirar as gerações futuras. No inverno de 1934, ele iniciou o maior e mais bem planejado evento - o Seminário Nacional de Estudos de Zhang, que tinha como objetivo "revitalizar a cultura tradicional e promover talentos para a nação". Este evento cultivou um grupo de discípulos, muitos dos quais se tornaram estudiosos ilustres. A residência foi o local onde Zhang ministrou o seminário. A sala de palestras herda o espírito de nacionalismo e as conquistas culturais de Zhang Taiyan. O desenho deste espaço tem como tema "My Thatched Cottage Destroyed by Autumn Winds", um poema escrito por Du Fu, poeta da Dinastia Tang. O espaço incorpora elementos de palha à tinta látex, criando uma textura nas paredes que confere um toque de aspereza e resiliência ao espaço branco. Linhas curvas estendem-se até a cúpula, criando uma sensação de reclusão que lembra uma caverna. As mesas e cadeiras quadradas podem ser dispostas de forma flexível, facilitando a transição das funções do espaço e permitindo aos visitantes ler e trabalhar nesta área. A transformação do Jardim Zhang em uma livraria é um exemplo vívido de revitalização da arquitetura antiga. Não só proporciona um local comum para leitura e interação pública, mas também representa a continuação da prática de Zhang Taiyan de promover o nacionalismo chinês na sociedade contemporânea. A conclusão da livraria injeta nova vitalidade na cidade antiga, trazendo obras de importância histórica, cultural e artística para o Jardim Zhang. À medida que estes diversos elementos se encontram com o público, diferentes cenários transitam entre si neste espaço cultural, criando cenas espaciais e enriquecendo as experiências de leitura e consumo.
